Maria do Socorro, minha primeira morada
Mãe, referência de humildade e vida
Desde sempre e para sempre,
A grande estrela guia
Aquela que como lua, as pessoas lia
E como sol: suas dores curava
Mãe do meu pai, Anunciada
Me deu a força guerreira
Organizada e protetora
Na vida virou amarga
Mas na cozinha doceira
Quando sua filha se foi
Acompanhou-a na partida
Com lealdade que só a dela
E coragem de uma felina
Lurdes, cabelereira e matriarca
Útero que gerou o útero
Que acolheu minha chegada
sábia, religiosa e leve como a brisa
Teve sete filhas
Gerou a revolução, abençoando uma geração
Com a escola feita por suas herdeiras
onde bebi educação
Madalena,
sagrada profanada
Por séculos mal entendida
Por convenção julgada
Na intuição de cada mulher
Permanece imaculada
Me mostra, quero desvendar
A história mal contada
Com manto azul e branco véu
Minha Maria do coração
A mãezinha do céu,
Cada 25 lhe parabenizo
Por tamanha doação
Capaz de trazer a luz cristica
E oferecer a maternidade sagrada
No terreno de Reis egoicos
A bênção feminina concentrada
Outras Marias me abraçaram
Leila, Angelica, Zen, Soledad
também Pinkola estés
e Rose Marie Muraro
Lakshimi e Shinoda Bolen
Que de cima de Vênus com maestria me ensinaram o que convêm
3 marias, ou 33?
Maria sem vergonha?
Maria vai com as outras?
E aquelas que pra mim sao Maria não no nome mas na alma
Reghini, Juliana, Carolina, Jane, Welidy, Giselle, Vivi, Micheline, Roberta, Priscila, Bianca, Amélia, Noelle, Raphaela, Camila, Clarissa, Paula
E tem Maria se revelando
Mariah, Julia, Sofia, Sarah,
Helena, Amora, Valentina
São a semente mulher na menina
A qual o sentir nunca mais cala
Quem me lembra em silencio
Minha morada permanente
Aquela faísca surgida no início
Do grande, universal, ventre
Tassia Felix