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    • Uma cultura matriarcal viva: os Mosuo

    Uma cultura matriarcal viva: os Mosuo

    • Categorias Artigos
    • Data 07/03/2017
    • Comentários 1 comentário

    Na cultura Musuo as mulheres são as provedoras e chefes de família. Elas construíram e sustentam uma cultura pacífica e alegre. 

    Para a maioria de nós o matriarcado é um mito, uma suposição. Na escola, se alguém falou de matriarcado, provavelmente disse que eram parte de um passado longínquo e  até que talvez nunca existiram. Mas elas existem, e estão vivas ainda hoje em diferentes pontos do planeta. E claro, com curiosidade e avidez, fomos mergulhar em uma delas,  para entender como é a vida dentro de uma cultura matriarcal. Esta fica bem longe, quase oculta e provavelmente  por isso preservou sua estrutura.

    A área montanhosa a mais de três mil metros do chão, na região do Lago Logu na China, protege a tradição matriarcal do povoado Mosuo. O poder de manter, organizar e cuidar da sociedade é responsabilidade feminina. Em seu livro reportagem “O Reino das Mulheres” sobre a desconhecida sociedade chinesa, o jornalista argentino Ricardo Coler foi motivado a empreender esta grande jornada ao pequeno povoado Mosuo para entender a intrigante maneira de como essas mulheres vivem.

    O papel de autoridade em administrar e cuidar da família possibilitou uma tradição de respeito feminino que o Ocidente descobriu há pouco: a amizade entre mulheres. Sempre presente na sociedade matriarcal, Coler percebeu o carinho entre elas: “Me surpreende a forma como se olham. Nunca as escutei falando mal umas das outras. Nem sequer quando falam sobre os homens adverti algo parecido com rivalidade”.

    A maior parte das vezes o Ocidente ignora narrativas além da sua, tomando-a como única. O pensamento comum restringe o conhecimento de sociedades matriarcais ao período paleolítico, quando alguns estudiosos acreditam que os nômades endeusavam a figura feminina por ser capaz de gerar a vida. O  culto do feminino ligado ao vínculo materno, segundo esses estudiosos,  possibilitou às mulheres dessa época maior prestígio e poder organizacional. Alguns dizem que tais comunidades tornaram-se patriarcais a partir da revolução neolítica em que a humanidade passou a viver da agricultura e perceber o papel da fertilidade masculina na proliferação da espécie. O que parece ser verdade para a sociedade europeia, cultura na qual o patriarcado realmente se consolidou.

    A experiência de Coler ilustra a liberdade e protagonismo feminino do povo originário do Tibet em oposição ao patriarcalismo contemporâneo. Enquanto os homens passam longos períodos de tempo trabalhando fora, o papel de prover e ser a chefe da família é das mulheres. A membra mais importante – a matriarca – é a avó mais velha, que passa a linhagem hereditária de mãe para a filha e atribui à mulher a fonte de suporte para os parentes que a cercam e obedecem. Nesse sentido a figura do pai é inexistente e mesmo depois de gerarem os próprios filhos continuam na casa da mãe, e a criança é cuidada coletivamente.

    O aspecto matriarcal da cultura Mosuo,  pensam alguns,  é consequência do culto à criação da vida a partir do ventre. Como o ser só pode ser gerado a partir da mulher, em seu período de incubação no útero, o homem tem um papel secundário nessa criação. Em estudo feito pela Associação de Desenvolvimento Cultural do Lago Mosuo Logu, foi concluído que essa estrutura promove a igualdade entre os gêneros porque ambos têm posições de prestígio. O matriarcado não exclui os homens, determina seu papel em empreender fora da comunidade, e quando retorna entrega à matriarca o que ganhou como gratificação pelo seu esforço dentro de casa.

    Como toda a família vive sob o teto da mulher mais velha, as meninas ao completarem 14 anos passam por um ritual de iniciação à vida adulta e passam a fazer parte do círculo de decisões da comunidade. Assim,  conquistam seu quarto individual com a liberdade de receberem os homens em seu espaço próprio, sem precisar de nenhum vínculo social. Os homens, por outro lado, sempre dormirão em quartos coletivos.  A palavra casamento nem existe, mesmo que o relacionamento seja longo a descendente da matriarca permanece em casa.

    O estilo vida dessas mulheres pode nos inspirar e mudar nossas crenças. Devido a nossa educação centrada principalmente em valores etno e antropocêntricos, desconhecemos tradições e práticas de culturas distantes. Dessa maneira, significamos a ideia de liberdade feminina a partir da nossa história, julgando-a inovadora e única. Nossa autonomia está em constante construção, e o tradicionalismo Mosuo ensina além do forte vínculo carinhoso entre mulheres, a possibilidade de uma liberdade que desconhecemos.

    Se você quer conhecer mais sobre uma cultura matriarcal viva, pode ler a obra do jornalista Ricardo Coler, “O Reino das Mulheres”.

    Isadora Pinheiro, jornalista em formação e colaboradora do TeSer

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    Maria Soledad Domec

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      1 Comentário

    1. Grace
      9 maio 2017
      Acesse para responder

      Artigo lindo! Inusitado e inspirador! Gratidão

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